Entrevista com GM Melchor William Amosco



1- Olá! Obrigado por nos conceder esta entrevista. Poderia nos contar um pouco sobre o seu início com artes marciais?
Eu comecei a aprender artes marciais aos 13 anos de idade com meu pai, um Karateka que foi meu primeiro professor no mundo das artes marciais. Ele me ensinou alguns princípios das artes marciais, incluindo o uso de armas com lâminas (Sansibar uma espada nativa). Até que eu me matriculei em uma escola formal de artes marciais. MGO – SDC, que ensinava Tang soodo (Karate coreano), Arnis (sistema de Doce Pares) e Judo. Esta escola incorporava todos os elementos do sistema 3 sob Master Deomedes Paninsoro. Isso é foi enquanto eu cursava o ensino médio. Depois de alguns anos eu me mudei Manila para prosseguir a minha faculdade e continuar meu Estudo de Artes Marciais.

Foi assim que me tornei aluno do Sensei Ramil Ong Aquino do Grupo de Arjukaa (Shorin ryu karatedo, Arnis e Judo). Até eu conhecer e promovido a Lakan Dalawa por Punong Lakan Nicolas meu professor em Modern Arnis Mano Mano FMA, estudante do falecido Grande Mestre Enesto Presas Sr. o mais novo Irmão do Grande Mestre Remy Presas. Eu também estudei com o grupo de Filipino Martial Arts Combat sob o Mestre Noel Hael e me tornei Instrutor Autorizado do seu sistema como faixa preta de 2º grau. Eu também estudei com Punong Maestro Ernesto T. Talag faixa preta 6º dan em Aikido e fundador da BUDIWAN Kali Filipino Fighting system (Filipino boxe, Dumog e Bladed Arts) e praticante de longa data de Kali Ilustrisimo, sistema de lâminas sob GM Tatang Ilustrisimo e o falecido Grande Mestre Tony Diego. Ele me deu o título de mestre.. Budiwan significa: Bukluran, Diwa em Katawan ou Unificação de Mente e Corpo.

Eu também tive a oportunidade de aprender com mestre Jaime Quizana o seu próprio sistema de Palasan Eagle Kali Ilustrisimo sistema semelhante ao do mestre Talag, onde fui promovido ao rank de sênior. Mestre Vicente Sanchez fundador do Kali Arnis Int'l Fed me promoveu a LakanSampu com a idade de 37 anos. Esse é o meu começo nas artes marciais e da minha linhagem.

2- Sobre a FMA, como você conheceu esta modalidade? Como você começou e o que Despertou seu interesse?
Eu fiquei espantado e interessado com artes marciais filipinas por causa de praticidade e facilidade de aprender e mostrar nossa história e cultura enquanto Filipinos.



3- Sobre a sua escola FMA, você pode nos contar um pouco?
  • Ar: Arnis (Arte do bastão, lâminas e armas improvisadas)
  • Ma: Mano Mano (Arnis Artes de combate com mão vazia).
  • Do: Dumog (Artes de imobilização e controle).
  • F: Filipino
  • M: Marcial
  • A: Arts
  • De: Defensivo
  • Tac: Táticas
A fusão de três (3) sistemas filipino diferente das artes marciais. Em um primeiro momento ensino o combate com armas, depois com mãos vazias e por fim as imobilizações. Dessa maneira o ensino se torna mais prático e fácil, com o estudando técnicas dinâmicas, táticas e efetivas para defesa pessoal.


4- Sobre a estrutura do Armado FMA e o seu programa unificado, você poderia nos explicar sobre?
Um programa é usado para cada instrução dentro do curso de treinamento. Isso inclui instruções com objetivos específicos, tais como exercícios de movimentação, Footworks, queda, batidas, bloqueios, técnicas de contra ataque e material de suporte daquela instrução. Uma Syllabus é um conjunto de programa de treinamento completo seguido por todos os instrutores e alunos. Todos os membros da Armado FMA Deftac Int'l cumprem o mesmo programa para que cada um possa se desenvolver e ensinar o próximo de maneira unificada, assim evitando conflitos entre os Membros e durante o período de teste de avaliação em nível local e internacional. A ideia do programa é ensinar o aluno como construir uma sólida Fundação Básica, para que ele possa crescer em sua própria progressão através do sistema de faixas.



5- Qual é a sua opinião sobre as FMA aqui nas Filipinas hoje?
As Artes Marciais Filipinas são hoje bem populares em nosso país e todos os Grandes Mestres, Mestres, Guro e Praticante mantém um bom relacionamento, se respeitando mutuamente. Faz parte do esporte nacional e passou a fazer parte do Departamento de Educação para ser ensinado nas escolas. É agora suportado pelo Governo filipino.

6- Qual é a sua visão da FMA hoje no mundo atual?
FMA está se tornando uma prática mundial, ganhando mais cada vez mais popularidade porque muitos países praticam esta arte dinâmica de auto-defesa. Além disso a indústria cinematográfica tem utilizado ela bastante, devido aos guros que viajam ao mundo de promover e propagar sua prática

7- Sobre o futuro, o que você acha da RA 9850 ou da Lei Filipina Arnis?
R.A 9850 ou Lei Arnis serve obter mais apoio para todas as escolas de FMA, de modo a formar uma prática sólida e consistente que possa ser utilizada pelo Comitê Olímpico Filipino, gerando uma arte de bom padrão e alta qualidade.

8- Qual a sua opinião sobre a relação entre as FMA e pessoal defesa?
O FMA é a melhor maneira de aprender uma técnica que se adequa ao nosso padrão para proteção pessoal. O único conselho para todos na minha opinião é praticarcom uma mente aberta que esteja em conformidade com o senso comum do indivíduo, para que ele possa vir a regir de maneira correta em uma situação real.



9- Muito obrigado pelas suas respostas! Gostaria de deixar uma mensagem para o nossos leitores?
Muito obrigado pela grande oportunidade de ser entrevistado por você. Tudo o que posso dizer é todos devem buscar praticar a arte de maneira correta, seguindo o seu programa de treinamento, mantendo uma atitude correta e princípios elevados. "Não é sobre as técnicas, mas são os princípios por trás das técnicas". Pugay po e Mabuhay!


Entrevista com o GM Allan Fami


1- Olá! Obrigado por nos conceder esta entrevista. Você pode nos contar um pouco sobre seu começo com artes marciais?
Tudo começou quando eu era jovem, com cerca de 6 anos assistindo filmes de Bruce Lee. Eu estava ficava tentado a querer aprender Artes Marciais e sonhava em aprender Artes Marciais quando eu crescesse. Esse sonho não se materializou até chegar ao Colégio em 1993.

2- Sobre a FMA, como você conheceu esta modalidade? Como você começou e o que despertou seu interesse?
Meu interesse com as artes marciais filipinas começou quando eu era um calouro na faculdade, e me foi introduzido por meu professor, o Grão-mestre Ernesto Presas Sr., um dos mestres mais ilustres e famosos do FMA. Fiquei fascinado com a arte por causa de sua completude. Seja de mãos vazias, com armas ou luta no chão, você pode aprender tudo que é necessário para se defender.

3- Sobre a sua escola FMA, você pode nos contar um pouco? Que estilo e como funciona.
O Sistema Kalahi FMA é um sistema Arnis moderno modificado. É um Sistema de Combate que pode ser aplicado em uma situação real. Nenhum movimento extravagante, nenhum efeito excêntrico... apenas movimentos, diretos, rápidos e eficazes. O sistema foi criado para ser usado na luta real da rua. Treinamos com dos bastões para as armas e das mãos vazias para o combate de solo.



4- Sobre o Kalahi Custom Blades, você pode nos contar um pouco sobre isso?
Kalahi Custom Blades e Kalahi FMA Gear atendem às necessidades da comunidade de artes marciais filipinas. Kalahi Custom Blades fabrica e vende autênticas lâminas tradicionais filipinas, enquanto Kalahi FMA Gear fabrica e vende bastões de Arnis, armas de treinamento e outras coisas para treinamento FMA.

5- Qual é a sua opinião sobre as FMA aqui nas Filipinas hoje?
FMA nas Filipinas está começando a ser tornar organizado, unidos e com um futuro mais brilhante com a liderança do senador Miguel Zubiri, autor da Lei Arnis. Nós imaginamos que todos nós estaremos unidos logo, e que todos estaremos contribuindo para o sucesso de Arnis no campo dos esportes e das artes marciais.

6- Qual é a sua visão da FMA hoje no mundo
Eu vejo o Arnis crescendo e sendo reconhecido mundialmente, finalmente, tanto como artes marciais e quanto como esporte.



7- Sobre o futuro, o que você acha da RA 9850 ou da Lei Filipina do Arnis?
O RA 9850 fornece todo embasamento jurídico que faltava ao Arnis para serem reconhecidas como Artes Marciais e Esportes. Ele reconhece Arnis como nosso esporte indígena e apoia plenamente o seu reconhecimento nas Filipinas.

8- Qual a sua opinião sobre a relação entre as FMA ea defesa pessoal?
As artes marciais filipinas (FMA) apenas como toda e qualquer outra arte marcial oriental são aprendidas para que o praticante possa tirar vantagem da situação onde ele se encontre. FMA é prático porque pode ser usado em situações de mãos vazias, e também tem comprovada eficiência no combate com facas e outros cenários de armas afiadas. Além disso, gostaria de salientar que FMA Dumog (luta de chão) também é eficaz nos esportes em octógono. Em nosso sistema, temos um Programa para nossos alunos que pretendem se juntar ao mundo do MMA.

9- Muito obrigado pelas suas respostas! Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores
Agradecemos a oportunidade de apresentar nossa Arte e, particularmente, meu Sistema FMA. Kalahi FMA System está aberto a todos os que compartilham a mesma paixão conosco: promover uma arte útil, eficaz e prática.

Mestre Dada recebe Certficado de Honra


Mestre Herbert "Dada" Inocalla recebeu da Camara Legislativa do Distrito Federal um certificado de Honra ao Mérito pelos seus relevantes serviços prestados a população de Brasília na Praça da Harmonia Universal.

Parabéns mestre Dada!!!

3 Razões para explicar por que FMA é legal (para mulheres)

Traduzido por Renato Berlim Fonseca

(Nota do tradutor) Antes de mais nada, FMA significa Filipino Martial Arts (Artes Marciais Filipinas) dentre as quais podemos encontrar o Arnis Kali, Pekiti Tirsia, Kali Silat e outras com origem nas Filipinas. Uma de suas peculiaridades é o combate com armas brancas, inclusive para iniciantes.

Logo abaixo segue mais uma das minhas traduções descuidadas. No caso um interessante artigo de Jackie Bradbury: praticante de artes marciais, professora, mãe e autora do blog The Stick Chick. As fotos e ilustrações vieram do blog da autora.

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Eu vou a vários seminários e treino com um monte de gente, não apenas na região de Dallas-Fort Worth, mas em todo Texas e nos Estados Unidos. Não é incomum para mim ser a única mulher na sala quando estou treinando. Mesmo em seminários pode se ver apenas uma ou duas outras mulheres em uma multidão de homens.


Isso não é algo exatamente incomum no mundo das artes marciais: mulheres serem a minoria no grupo. É algo que você tem que se acostumar quando você é uma mulher que gosta de praticar a violência como um hobby. Embora seja uma dessas, eu com certeza gostaria que pudéssemos ter mais mulheres para as artes marciais filipinas, porque é tão… Assim, feito para nós, sabe?
Aqui estão algumas razões:


As armas são um grande equalizador
Na realidade, em uma situação de autodefesa, 99% das pessoas vai preferir estar armada a desarmada. Uma arma de qualquer espécie é uma grande vantagem contra alguém desarmado. E isso é especialmente verdadeiro para as mulheres em situação de autodefesa contra um homem.
Eu já estou ouvindo alguns de vocês perguntando: “Quem anda por aí armado com um pedaço de pau?” (e talvez um riso ou dois).


O bastão é um substituto para outra coisa . Pode ser um guarda-chuva, uma bengala, uma mochila ou bolsa, uma caneta, uma faca, um facão, uma barra de ferro … qualquer ferramenta, realmente.
A nossa metodologia de treinamento se presta muito bem para armas improvisadas,e a maioria de nós anda por aí com algo, qualquer coisa que pode ser usada na hora de um aperto!


A força não é o principal fator
Ser forte é, claro, sempre uma vantagem em combates ou em situações de defesa pessoal. O FMA não é diferente. Mas ser forte não é, em si, o principal fator para ser bom no FMA Timing, velocidade e precisão (mira) são. Força é útil, é claro, mas o tempo, velocidade e precisão são as coisas que as mulheres podem desenvolver tão bem quanto os homens.
Assim, no FMA as coisas ocorrem num nível mais mais igual para as mulheres.


Ser mais baixo não é necessariamente um problema
Todos concordam que, se outras coisa forem iguais, ser alto e ter um longo alcance é definitivamente uma vantagem quando se trata de situações violentas. Nenhuma discussão nesse ponto.
No entanto, no FMA aprendemos a trabalhar com o que nos é dado (e a forçar o adversário a nos da o que queremos). Isso significa que nós aprendemos quais alvos são bons para acertar, não importa quem estamos enfrentando e como nos é apresentado. Eu tenho um aaltura de cerca de um metro e cinquenta e oito centímetros. Quando treino geralmente sou um dos adultos mais baixos no local. Assim, em vez de tentar acertar a cabeça de pessoas altas, tenho aprendido a tomar o braço (mão, punho, cotovelo, sob o bíceps), o tronco (alvos demais nessa parte para listar aqui), o pescoço, parte baixa do queixo, parte interna da coxa e as pernas como alvos contra pessoas mais altas. Eu entro dentro na guarda da pessoa e então …

É bastante impressionante .
Espero que mais mulheres escolham o FMA como uma arte marcial para praticar. Porque, como você pode ver, eu acho que é bem adequado para a artista marcial feminina média.O que você pensa sobre o FMA para as mulheres? Ou que outras artes marciais são legais para as mulheres e por quê? Eu gostaria de ouvir o que você pensa!


(Outra Nota do tradutor) Lembro que essa última pergunta foi da autora, mas sinta-se à vontade para comentar por aqui ou, se preferir e souber inglês, também pode falar direto com a autora na parte de comentários do artigo original.

Arnis Kali: algumas facetas de sua aprendizagem


O termo “marcial” é latino e se refere ao Deus Marte, o deus da guerra. Assim, uma arte marcial, por mais que tenha o seu aspecto saudável, esportivo, espiritual e artístico também possui uma raiz guerreira, militar. Sendo assim, por mais que o treinamento seja importante o treino de luta em si não deve ser ignorado. É o momento em que se “coloca os dados e roda o sistema”, sendo possível observar o que já está aprendido e o que deve ser melhorado. A avaliação de aprendizagem é um elemento muito importante, é a validação de treinamento e dentro desse contexto uma das melhores modalidades de  avaliação será a luta. O treino sem avaliação pode se tornar uma armadilha, criamos vícios que podem ser trabalhosos para limpar no futuro. E existem certos aspectos que só poderão ser observados na luta. Mirar errado é um dos erros mais comuns, as pessoas treinam para não acertar o alvo e acabam se viciando em fazer isso. Muitas vezes o erro é sutil e só será percebido numa luta.  Aprendemos muito por interação e o treino de luta é muito, mas muito, interativo.


fonte: ArteFilipina.com

A luta não precisa ser necessariamente de contato total. Quanto mais próximo do real melhor, mas existe uma relação custo x benefício a ser considerada. Regras e o uso de proteções como luvas ou capacetes são úteis para fazer com que essa relação compense. Até o MMA tem limites para garantir a integridade dos atletas. E mesmo assim, muitas lutas já foram canceladas porque os atletas se feriram em treinos mais pesados. Afinal, estamos falando de um trabalho físico extremo que provoca ferimentos. Assim, o realismo exagerado é pouco prático, gente quebrada não treina mais, em algos casos de forma definitiva. O que é ainda mais válido quando se treina com armas. Eventualmente uma luta mais “leve” pode ser até mais interessante para se praticar golpes ou manobras recém aprendidos e abrir espaço para uma auto avaliação. Sem a preocupação exagerada em vencer o praticante vai perceber o que funciona e o que não funciona na hora.

Observei isso por conta própria num treino de luta um dia desses. Havia um juiz estávamos com equipamento de proteção e bastões acolchoados. O juiz acompanhava a luta o dava pontos para quem conseguisse acertar o adversário. Não que isso me alegre muito, mas após um começo empatado eu perdi e de goleada, não marquei pontos. Mas apesar desse nunca ser um resultado desejado a derrota ensina. A grande maioria dos golpes que levei foi na mão. Se fosse um combate real minha mão provavelmente seria quebrada no primeiro ou segundo golpe e eu certamente não conseguiria segurar um bastão, ou qualquer outra coisa, por um bom tempo. Depois da luta o colega que fazia o papel de juiz, um faixa marrom, me explicou que o meu erro é que eu não estava recuando o braço para bater novamente, eu havia deixado ele exposto e o meu adversário usou isso a seu favor.

Alguns dias depois, treinando com um grande amigo e antigo parceiro de kung fu. Após comentar com ele sobre o treino de luta ele observou que eu praticamente não estava usando a ponta do bastão para golpear. Geralmente eu estava batendo na metade ou mesmo próximo da base, onde estava a minha mão. Era o tipo de detalhe que eu já devia estar fazendo há tempos, especialmente nas defesas. Meu amigo, que também é fisico, comentou que batendo com a ponta do bastão o golpe certamente ficaria mais forte, haveria mais transferência de energia cinética para o alvo.

Ele também observou outra coisa: que o reflexo de se defender com as mãos é algo básico, instintivo e como a maioria dos praticantes de artes marciais atua de mãos vazias e isso molda nossos reflexos. Porém no Arnis Kali e outros estilos Filipinos usam-se armas. Treinamos com elas até que se tornem uma extensão de nosso corpo. O alcance de um indivíduo armado geralmente é bem maior que outro desarmado. Com o detalhe que é muito, mas muito complicado usar as mãos para se defender de um ataque armado. E no Arnis treinamos com armas desde o início. O resultado é que a noção de alcance do praticante de Kali começa diferente dos que treinam outras artes. As armas vão diminuindo com o passar do tempo até finalmente chegar na extensão original do braço.


Reparem que a extensão do braço esticado é quase o dobro.
Fonte: http://martialartstimes.net/baton-francais/

Dentre os efeitos dessa diferença pode-se notar que praticantes de outras artes que treinam Arnis podem a ter uma dificuldade a mais, pois estão acostumados a usar as mãos na defesa e no ataque. Sendo que esse é justamente um dos primeiros alvos a ser atingidos com o bastão ou a faca. A mão é a “cabeça da cobra” segundo o Mestre Dada. A mão atingida é uma ameaça a menos. E conversando com outros praticantes, que já praticaram karatê ou jiu-jitsu, eles também já haviam observado essa peculiaridade do Arnis Kali em comparação aos estilos desarmados.

Para evitar a velha armadilha do “minha arte é melhor que a sua” lembro que a arte ou estilo escolhido é apenas uma parte de uma complexa equação que, entre outras coisas, vai envolver: professor/ treinador, afinco no treinamento, tempo empregado para treino, equipamento e a própria afinidade física e mental do praticante. Não existe arte perfeita, existem as que funcionam.

Datu Shishir Inocalla no programa Good Morning Boss


Datu Shishir Inocalla, um dos fundadores do Arnis Maharlika, esteve no programa Good Morning Boss - um jornal-magazine exibido pela People's Television Network, canal  4 das Filipinas.

Em sua entrevista o Datu contou sobre o trabalho para divulgação do Arnis, relações com o Brasil, seu centro de turismo marcial em Camarines Norte e ainda convidou o apresentador Aljo Bendijo para uma aula ao vivo.

Imperdível! O trecho está disponível no youtube:



O Sama-Sama de 2015 – parte 1

por: Renato Berlim Fonseca
via: TecLogos

Creio que o nome acima vem do idioma filipino tagalog e significa “Encontro”. Nesse caso o termo descreve um evento de Artes Marciais Filipinas (FMA) ocorrido no final de 2015. Esta descrição não será cronológica mas apenas um apanhado de alguns aspectos que pude observar.

O evento foi um encontro de praticantes e Guros (mestres) organizado pelo Grão-mestre Dada Inocalla, com praticantes vindos de vários estados do país. Ele também foi um campo de treinamento, onde pude fazer workshops e conhecer outras técnicas ou estilos que me mostraram que as FMA são ainda mais ricas do que eu imaginava.

Se trocarmos o termos “arte marcial” por “literatura”posso dizer que eu estava participando de um sarau onde poderia conhecer diferentes modalidades, da crônica tradicional, passando pela prosa e chegando à poesia e ao soneto. A diferença é que a prosa usava chaves para travar as articulações como ombro, cotovelo e pulso, a poesia envolvia o uso de facas e os sonetos tinham versos que atingiam 12 diferentes pontos da anatomia do oponente. Pode soar engraçado, mas se considerarmos que existem diversos tipos de inteligência, dentre elas a motora que  envolve o controle sobre o corpo, noções de espaço, distância e profundidade, creio que é justo dizer que eu estava assistindo à uma demonstração do estado da arte em termos de FMA no Brasil.

Um dos primeiros pontos que me chamou a atenção foi a diversidade. Como o sistema Inocalla é algo estruturado, com um currículo básico. Mas ao conhecer os outros participantes fui observando a diversidade de experiências. Haviam mestres que começaram em Jiu-jitsu, praticantes de Wing Chun, mestres de Hapkido, policiais, militares e outros.

Como já comentei antes o uso de armas é um dos diferenciais das FMA, com um especial interesse por armas improvisadas. Assim, começamos exercitando o uso de objetos pequenos objetos perfurantes, como canetas. Também fizemos um treinamento de sarong, o uso de tecido, como lenços e cachecóis, como armas para fazer chave articulares e imobilizar um oponente. Achei o uso desses materiais é particularmente difícil mas abre um mundo de possibilidades, qualquer pedaço de tecido de um tamanho razoável já serve. Nesse ponto tive o prazer de treinar com o guro Cravo do Rio Grande do Sul. Como também é um experiente praticante de jiu-jitsu  ele estava muito “confortável” lidando com as chaves e mais ainda para ensinar o seu uso. O guro Cravo é uma daquelas pessoas que quebra alguns estereótipos de artes marciais. Um sujeito sereno, humilde e um também um professor centrado, profissional e meticuloso. Em alguns momentos ele chega a ser quase paternal, sem ser paternalista e nem um milímetro menos casca-grossa que os outros. De qualquer forma, simplesmente não vi como não gostar dele, e olha que em boa parte desse tempo ele havia feito voltas de tecido em torno do meu pescoço e pulso que não eram nada confortáveis. Mas, como o Cravo me explicou: criar um desconforto controlado é uma forma eficiente de tornar um oponente mais submisso e reduzir a necessidade de se realmente machucar a outra pessoa. É um exemplo de um pacifismo diferente do senso comum, mais pragmático mas ainda assim autêntico.

Claro que para o treino de sarong funcionar houve antes um treino prévio sobre as tais chaves articulares ou  Ipit Pilipit, com o guro Alessandro Lucas. Nesse ponto, vimos o resultado do complexo trabalho do guro em conectar sua experiência na arte coreana do hapkido, as técnicas do Arnis e sua experiência.  Essa aula mostrou bem o significado da frase “grandes poderes levam a grandes responsabilidades” algo enfatizado pelo guro ao demonstrar as possibilidades que as chaves oferecem: indo desde a simples imobilização até a morte de um adversário, sem fazer muita força. Nesse ponto ele detalhou até a anatomia humana para mostrar porque é preciso usar essas habilidades de forma responsável. Bastam cinco quilos (o peso de um saco de arroz) sobre a cervical para quebrar um pescoço, um empurrão mantendo o pé no lugar certo danifica os tendões do tornozelo e joelho, permitindo que você fuja sem ser perseguido, e um pinçamento de nervo na mão pode levar a uma dor paralisante.


fonte: Arnis Kali Maharlika RS
Dentre outras coisas ele me ensinou algo que eu nunca havia pensado: que nesse trabalho a dor é um elemento didático necessário para que o praticante saiba se o trabalho está ou não funcionando. Como ele diz, sem não um pouco de dor não há como saber se uma técnica foi adequadamente empregada.  A dor é um componente de avaliação. E isso é muito diferente de machucar ou fazer alguém sofrer por simples sadismo ou se mostrar poderoso. Novamente, vemos a questão da responsabilidade.

Para se trabalhar inteligência motora como estávamos fazendo o corpo do colega e o seu próprio são as ferramentas. Algo demonstrado pela imensa noção de consciência corporal do guro Lucas quando ele explicou que pelo posicionamento do tronco, braço ou pernas do adversário é possível perceber o que ele vai fazer ou qual o melhor golpe a ser aplicado. Esse foi outro momento pude ver a criação, o aspecto mais artístico do Arnis,  quando ele demonstrou o uso dos bastões em curta distância como pontos de alavanca para reforçar as chaves e comparou com o hapkido.

Outro elemento didático digno de nota é o sparring, nesse caso a pessoa que vai fazer o papel de alvo. Afinal, seria simplesmente impossível entender esses movimentos sem que eles sejam aplicados em alguém. Uma tarefa que coube ao guro Vanderlei, que com tranquilidade e estoicismo foi torcido, estrangulado e derrubado para nos ensinar. Ser “alvo” não é apenas algo para calejar, mas necessário para entender como se processam os movimentos e o que você está infligindo à outra pessoa. Devemos ser muito agradecidos à pessoas como o guro Vanderlei por fazer esse papel, é um dolorido exercício de aprendizagem e humildade que alguém está fazendo para ajudar você a aprender (Ed e Miguel, isso vale para vocês também). Sim, ser “alvo” também é uma forma de aprender, como o guro Vanderlei me mostrou depois ao aplicar chaves em mim.

Inclusive foi onde eu vi claramente os limites atuais da minha consciência corporal, eu sou simplesmente um um desastre com as chaves, como já havia observado nos exercícios de desarme Gal. Mas com a ajuda, e paciência, do guro Tales eu consegui avançar. Ele também mostrou um pouco arte do combate próximo. Algo que sempre achei complicado, ainda mais com bastões. Uma outra experiência muito interessante que vou deixar para o próximo post.


Entrevista com o SGM Danny Guba

O Arte Filipina tem a honra de publicar mais uma entrevista exclusiva para o público brasileiro. Dessa vez o nosso entrevistado é o SGM Danny Guba, líder do Guba Doce Pares International.

1 - Olá Sgm Guba! Obrigado por esta entrevista! Você poderia nos contar um pouco sobre você?
Olá, obrigado. Comecei a treinar em 1964 na sede do Doce Pares em Cebu, Filipinas, onde fui instruído pelos grandes mestres da época - o falecido Gm 'Momoy' Cañete, Gm Magdalino Nolasco, o falecido Gm Inting Carin e Gm 'Loloy', Sgm Cacoy Cañete e Sgm 'Diony' Cañete. As Filipinas foram e ainda podem ser um lugar perigoso se você não for rico e eu era muito pobre. Armas são comuns e eu tenho as marcas de facas e balas ainda sobre o meu corpo hoje. Eu também participei de torneios contato pleno (full contact) e fui campeão do mundo em diversos eventos por alguns anos anos, até que me aposentei e se tornei treinador na sede do Doce Pares.
A partir daí eu passei a viajar e a realizar seminários na Nova Zelândia, Estados Unidos e em toda a Europa, até 1996, quando saí das Filipinas e me mudou para a Inglaterra, onde agora eu vivo em Londres. Eu promovi o estilo dos Doce Pares até 2010, quando eu comecei a promover o meu próprio estilo de Doce Pares chamado Guba Doce Pares. Este estilo é agora ensinado em mais de 27 países ao redor do mundo.






2 - Você foi sparring de Sgm Cacoy. Como foi essa experiência?
O ensino de Cacoy é muito diferente, eu me lembro que ele siplesmente jogou seu bastão no chão e ao buscá-lo eu passeia trabalhar com ele. Eu nunca esquecerei a primeira técnica que ele me bateu no peito e arrastou a punho do seu bastão no meu esterno, o que foi muito doloroso. A Segunda técnica ele segurou o meu polegar e me desarmou de uma maneira dolorosa. A próxima técnica que ele me aplicou foi me levar ao chão com um golpe de eskrido também bem doloroso.  Eu nunca vou esquecer isso.
Depois disso nós treinamos em em Manila, em 1992, ele me desarmou quatro ou cinco vezes, e tudo que eu fiz foi pegar o meu bastão apenas para ele me desarmar novamente.
Enquanto nós treinávamos, eu acidentalmente acertei ele. Então ele veio até mim e tentou me parar, então ele me acertou e tentou atacar com o punho o meu rosto. Então, ele me jogou e eu apenas fiquei ali. Era com isso que uma disputa com Cacoy se parecia. Cacoy é o número um na curta distância e a única maneira de aprender isso era disputando com ele.






3 - Atualmente você mora no Reino Unido, onde administra o Guba Doce Pares International. Você pode falar sobre a sua organização?

Para ser franco e honesto Guba Doce Pares é o meu estilo, a técnica é o sistema multi estilo Doce Pares do Grandmasters Magdalino, Diony, Inting, Momoy, Loly e Cacoy, a partir deles que eu aprendi e me aprimorei, assim sem esses professores eu não sou nada. A organização foi criada para promover o estilo de Guba Doce Pares e apoiar todos os instrutores e alunos, não importa onde eles estejam no mundo. Somos uma grande família em mais de 27 países e em expansão. Como todas as famílias nós trabalhamos, disputamos e lutamos até o final de cada dia, onde vemos que somos um.

4 - Qual é a sua opinião sobre o cenário atual da FMA?
Quando eu estava nas Filipinas, o FMA não era praticado por que muitas pessoas, pois era a arte dps pobres e lutadores. Quando eu saí e me mudei para a Inglaterra eu encontrei pessoas de diversas partes do mundo e fiquei surpreso em ver quantas pessoas treinavam a arte de minha terra natal. Eu não esperava uma coisa dessas. Ao longo dos anos eu assisti essa arte se tornar ainda mais popular e vi Hollywood colocá-lo no cinema, o que é verdadeiramente chocante! Então, para mim é uma grande alegria quando alguém aprende a minha arte. É importante para mim que o mundo veja as Filipinas como produtora de muitas coisas, incluindo a nossa arte marcial.




5 - Quais são os planos futuros para o Guba Doce Pares no Brasil e no mundo?
Guba Doce Pares vai continuar a crescer e se expandir por todo o Brasil e espero que com o tempo eles comecem a produzir os seus próprios torneios. Guba Doce Pares está em expansão em todo o mundo e eu gostaria de ver os torneios internacionais e talvez até mesmo um seminário internacional para trazermos todos os países juntos.

6 - Qual é a sua opinião sobre a FMA e defesa pessoal?
Eskrima (Kali - Arnis) é para a luta. Ele nunca foi uma arte de campo de batalha ou um sistema educacional para crianças. Eskrima vem da rua. Desenvolveu-se principalmente nas ruas ao redor de Cebu e depois em todo o restante das Filipinas. Ela tem o propósito de ajudar a você ganhar uma luta o mais rápido possível e com o mínimo de danos possível. Por isso, é um pouco como perguntar se esta caneta é boa para a escrita, e a resposta é claro, que é pois ela foi projetada para isso. Ao mesmo tempo, embora também seja importante encontrar uma arte que combina com você. Essa é a beleza da arte marcial, o que é bom para mim pode não ser bom para você e vice-versa.

7 - Obrigado pela sua entrevista, você pode enviar uma mensagem para nossos leitores?
Se você é um artista marcial, tenha a mente aberta e respeitosa. Não há nenhuma nova técnica, pois todas já estão lá. Lembre-se "Meu ego é meu inimigo e meu adversário é meu professor".






P.S.: O Arte Filipina agradece ao guro Leonardo Pereira pela oportunidade dessa entrevista. Obrigado!

Entrevista com o Tuhon Rommel Tortal

Olá Tuhon Rommel Tortal, muito obrigado pela oportunidade! Bem, você pode começar nos contando um pouco sobre você e seu envolvimento com artes marciais?
Bem, eu comecei a treinar Pekiti Tirsia quando eu tinha nova anos de idade, com o meu tio, o Grand Tuhon Leo Gaje. Desde cedo eu recebi um treinamento intenso, um treinamento muito duro. Os anos se passavam e conforme eu me desenvolvia tecnicamente eu acabava por desenvolver também a minha coragem e humildade através desse mesmo treinamento.
O Pekiti Tirsia me ajudou a que eu desenvolvesse a perspectiva que hoje eu tenho sobre a vida.
Até hoje eu continuo treinando com o Grand Tuhon nas Filipinas. Eu o visito regularmente para que eu possa continuar a desenvolver minhas habilidades. Além disso, todo o ano eu viajo diversas vezes ao redor do mundo para propagar Pekiti Tirsia, ensinando civis, militares, forças de segurança, operações especiais e diferentes agenciais. Assim eu acabo por ter a oportunidade de ver diferentes perspectivas de treinamento com armas e facas. Assim eu faço a ponta buscando mostrar para todas essas pessoas que eu entro em contato a parte tática do Pekiti Tirsia.
Hoje eu posso dizer que minhas principais ocupações são: ensinar Pekiti Tirsia para forças militares e atuar como consultor para assuntos técnicos e táticos em diferentes empresas de segurança pelo mundo.
Isso me deixa muito feliz, pois assim eu posso mostrar minha arte e ensinar para cada vez mais e mais pessoas.
 
Você pode nos explicar um pouco sobre o Tri-V?
O Tri V é o processo de ensino mais avançado que temos dentro da metodologia do Pekiti Tirsia, que tem como foco a operacionalizar de maneira funcional o conhecimento obtido pelo nosso aluno. Veja, o Pekiti Tirsia é um sistema principal, que é composto de diferentes sub sistemas como Doce Methodos, Seguidas, Contradas, Contra Tirsia Dubla Doz, Dagaso Tirsia, entre outros. É preciso que o praticante consiga ligar uma coisa a outra, para que haja coereência entre aquilo que é feito com a faca para o que é feito com dois bastões, por exemplo. Assim o Tri-V é a ponte que vai contruir e ligar com coerência todo esse conhecimento de maneira funcional, aplicável e coerente em uma única filosofia.
 


Você pode explicar aos nossos leitores, como o Pekiti Tirsia hoje está organizado em nível internacional?
Hoje a organização principal do Pekiti Tirsia se chama Pekiti Tirsia Kali Global Grand Alliance . Uma organização guarda-chuva que abriga em si diferentes associações para fins especíicos. Por exemplo, o Pekiti Tirsia Tactical Assocation, que é uma associação que busca juntar praticantes de pekiti tirsia que de uma maneira ou outra estejam mais ligados a assuntos militares ou ligados à área de segurança. Além disso temos outros grupos o Pekiti Tirsia Texas Association, Pekiti Tirsia França, Asia Pacific Association entre outras. Todas essas são sub organizações dentro do Global Grand Alliance, que é liderado por mim e composto por outros instrutores seniores do Pekiti Tirsia.
 
Essa é a sua primeira visita ao Rio de Janeiro, correto? Pode nos dizer o que está achando da cidade?
O Rio de Janeiro é um ótimo lugar! As pessoas são amigáveis e eu gostei muito da natureza, do contraste entre a praia e as montanhas e com uma cidade no meio! Você pode em um momento estar na praia e logo em seguida estar fazendo compras, e eu gostei dessa variedade! Ah sim, e a comida aqui também é ótima!
 

E quais são os planos para o futuro do Pekiti Tirsia?
O plano principal do Pekiti Tirsia é propagar, divulgar a arte marcial filipina e assim promover o nosso sistema, compartilhando com todos aqueles que gostam desse tipo de treino que defendemos. Além disso nós estamos focados em reforçar o nosso sistema aqui no Brasil e esperamos um dia termos um instrutor de pekiti tirsia em cada cidade - mas isso com qualidade e respeito. Assim para chegarmos nesse objetivo precisamos de pessoas dedicadas, com bom nível técnico e que realmente estejam engajadas com a filosofia da nossa escola.
 

E qual a sua opinião sobre o trabalho que está sendo realizado no Rio de Janeiro e no litoral paulista pelo Pekiti Tirsia South America/PTTA Brasil e Agalon Mickaël Dolou?
O trabalho do Pekiti Tirsia South America/PTTA Brasil é excelente e eu vejo que Agalon Mickaël Dolou é um grande homem, com um verdadeiro espirito de liderança, grande qualidade técnica, e muita didática! A maneira como ele trabalha com esses rapazes é Intensa e pude ver no seminário que o espirito do Pekiti Tirsia está aqui! Isso é uma das coisas mais importante que eu observo nos locais onde visito, pois se eu vejo que os alunos são bons é por que o professor é bom. Sem sobre de dúvidas o Agalon Mickaël Dolou é um dos Ases do Pekiti Tirsia!

Muito obrigado pela entrevista Tuhon! Você pode deixar algumas palavras para os nossos leitores?
Obrigado a você por essa oportunidade. Eu gosto que as pessoas tenham a oportunidade de ler sobre os princípios e metas do Pekiti Tirsia. Nosso objetivo é promover a arte. Assim deixo aberto o convite para todos que busquem se dedicar e treinar duro para se juntar a nós. Nós ficamos felizes em abraçar todos aqueles que queiram treinar o nosso sistema com seriedade, dedicação e foco, para verdadeiramente mergulhar na arte. Nós somos uma arte marcial que busca criar amigos e que trabalha para evitar politicagens e competições. Gostamos de ter parceiros em diferentes artes, pois assim podemos compartilhar mais e mais a arte marcial filipina e demonstrar a eficienca do nosso Pekiti-Tirsia.




Nota: Mickaël Dolou é o diretor e instrutor chefe da organização Pekiti Tirsia Kali South America e do PTTA Brasil, sob a liderança do Tuhon Rommel Tortal e Tuhon Jared Wihongi. Há dois anos ele foi promovido e recebeu o título de Agalon diretamente do GrandTuhon Leo.T Gaje Jr, como seu aluno direto.

Durante visita Tuhon Rommel Tortal em 2014, foi confiado ao Agalon Mickaël do título Hiligaynon (Ilonggo)  de "Kaliradman" para caracterizar sua prática "intensa e dura, genuína e com intenção e sem reservas". Agalon Mickaël mais tarde esclareceu-nos que era um forte incentivo do Mestre sênior de manter e desenvolvimento do espírito de sua prática e dos ensinamentos de Pekiti-Tirsia enquanto se desenvolviam atributos chave associados à boa conduta moral, bom coração e liderança. Ele também explicou que o objetivo é manter refletindo melhor sobre os ensinamentos recebidos, que são de valor indiscritível,  tal como expresso pelo Tuhon Rommel Tortal, para participar ativamente da delicada missão de preservar e proteger Pekiti-Tirsia em sua forma mais pura indígena.


Entrevista com o Tuhon Bill McGrath



1 - Olá Tuhon! Obrigado por nos conceder esta entrevista! Você poderia nos falar um pouco sobre você?

Bill: Eu moro em Nova York. Sou casado e tenho um filho. Eu trabalho como oficial na corte estadual de Nova York.

2 - Agora você pode nos dizer sobre as artes marciais em sua vida? eo FMA?

Bem, eu estive praticando artes marciais durante a maior parte da minha vida e ainda me diverto com isso mesmo após todos esses anos.

3 - E sobre Pekiti Tirsia: Como você conheceu o Grão-Mestre Leo Gaje? Como foi o início de seu treinamento com ele?

Grandmaster Gaje deixou as Filipinas com sua família em 1973 depois da declaração da Lei Marcial pelo então presidente Ferdinand Marcos. Ele se mudou para o local próximo da minha casa, em Nova York, onde o conheci e com quem comecei a treinar ainda no início de 1975.


4 - Na sua opinião, qual a importância do trabalho de Grand Tuhon Leo Gaje e do Pekiti Tirsia para a divulgação e evolução do FMA?

Tuhon Gaje está, provavelmente, entre os mais influentes dos instrutores FMA no mundo. Ele é a pessoa mais influente na compreensão quando o assunto é combate facas.


5 - Como você vê os relacionamentos internos e externos (professores, escolas, estilos) do Pekiti-Tirsia?

Uma vez que um estudante se gradua no meu treinamento, eu digo a eles que é como se formar na faculdade de medicina. Eles devem sair e praticar por conta própria. Eu não os supervisiono nem os mantenho "sob minhas asas" depois que terminam seu treinamento comigo. O mercado livre do conhecimento marcial irá corrigi-los quando for necessário.

6 - Pode nos falar sobre a fundação de Pekiti Tirsia Internacional?
Em 1990 Tuhon Gaje voltou para as Filipinas. Em 1994, ele me promoveu ao posto de Tuhon Guro (Instrutor Chefe) e me encarregou de supervisionar os treinamentos de Pekiti-Tirsia nos EUA. Com o tempo passei a ministrar seminários no exterior, e com isso vi a necessidade de uma organização internacional para Pekiti-Tirsia. Assim o PTI começou em 1995.


7 - Como presidente e diretor técnico do PTI você escreveu suas regras assim como a sua estrutura de graduação, de modo que a consistência das técnicas se mantém mesmo com a passagem de instrutor para instrutor. Na sua opinião, qual é a importância desta estrutura para a divulgação da FMA?

Passei muitos anos, durante as décadas de 1970 e 80, viajando pelos EUA com o Tuhon Gaje ajudando com seus seminários. Tivemos a oportunidade de treinar diferentes estilos de FMA pelos lugares que passamos. Em todos os lugares eu notei que embora muitos dos alunos tivessem grande respeito por seus professores e e pela arte, muitos se frustravam pela a falta de um plano coerente de ensino.

Por exemplo, um aluno pedia para que seu professor mostrasse uma técnica mostrada em aulas anteriores. Este então mostrava a técnica porém de uma forma completamente diferente.

Eu acho que parte do problema foi a diferença entre os dois métodos de ensino. A geração mais velha de instrutores FMA foram ensinados por seus pais ou outro parente mais velho em um processo de conceitos de movimento ao invés de o processo mais comum no ocidente, que é mais linear e estruturado. O método tradicional leva mais tempo, mas era mais apropriado para aquele contexto cultural, de um ambiente de ensino familiar onde havia mais tempo para treinamento. A forma estruturada de ensino é melhor para a maioria dos estudantes modernos que só treinam uma vez ou duas vezes por semana.


8 - Qual é a sua opinião sobre o FMA e Defesa Pessoal?

Como a maioria dos estilos FMA vêm de um fundo de combate que estão bem adaptados para a autodefesa. Quando alguém ataca você na rua, o agressor costuma estar armado, portanto, sua formação auto-defesa devem vir de especialistas em armas.

9 - Qual é a cena do FMA em os EUA hoje?

FMA continua a ser popular nos os EUA, especialmente nas escolas de artes marciais que treinam para defesa pessoal em vez de torneios.

10 - O que você espera de sua viagem ao Brasil?

Esta é a minha primeira viagem ao Brasil e eu serão apenas alguns dias em São Paulo. Assim eu gostaria de nesse primeiro momento, conhecer as pessoas e aprender alguma coisa da cultura.

11 - Obrigado por sua entrevista, você poderia enviar uma mensagem aos nossos leitores?

Estou ansioso para minha viagem a seu belo país.
Os leitores podem aprender mais sobre Pekiti-Tirsia no meu canal do YouTube:


http://www.youtube.com/user/TuhonBillMcg/videos

Tuhon Bill McGrath
Martial Arts:
www.pekiti.com
YouTube channel: tuhonbillmcg
Facebook: bill.mcgrath

Entrevista com mestre Frank Shekosky

Olá pessoal! Hoje estamos publicando uma entrevista com o mestre Frank Shekosky, um dos grandes nomes do Modern Arnis hoje nos Estados Unidos.

1- Olá mestre Frank! Obrigado por nos conceder essa entrevista! Você poderia começar falando um pouco sobre você?
Olá, gostaria de dizer que foi um prazer conhecê-lo e que é um grande prazer conceder essa entrevista. Eu vivo em Connecticut, nos Estados Unidos. Treinei Kenpo Karate por mais de 20 anos, e fui estudante privado do grande mestre Remy A. Presas, fundador do Modern Arnis. Eu promovi diversos seminários com ele e o auxiliei em diversos outros que ele organizou. Minha esposa e eu abrimos a Cromwell Martial Arts em 1993, onde ensinamos Kenpo Karate, Modern Arnis e combate com armas. Atualmente eu também promovo seminários e produzo vídeos de treinamento. Nossa página na internet é www.cromwellmartialarts.com. Fora isso eu também gosto de levantar pesos, colecionar moedas, ler e andar de bicicleta.
2- Você poderia falar um pouco sobre as artes marciais na sua vida?
Eu pratico e ensino uma combinação do Kenpo chinês com o americano, além de Modern Arnis e de combate com armas estilo Okinawa. Também promovo seminários em diversas escolas de diversos estilos, pois uma das coisas que mais gosto é conhecer novas pessoas e compartilhar o conhecimento que adquiri, além de fazer novos amigos. Eu acredito que as artes marciais sirvam para fazer nossas vidas melhores, nos transformando em pessoas melhores. Eu também ajudo a uma comunidade de apoio à pessoas com câncer, diabetes, além de outros fundos de caridade.

3- Sobre o Modern Arnis: Como você conheceu o GM Presas?
Eu conheci o grande mestre Remy A. Preses no início dos anos 80, durante um acampamento de treinamento em Massachussetts. Ele foi uma pessoa notável, além de grande artista marcial - de fato ele teve grande impacto em mim tanto como pessoa quanto como artista. Após participar deste seminário, eu decidi iniciar meu treinamento privado com ele, além de participar de outros acampamentos e seminários que ele ministrava pelos Estados Unidos. Eu treinei com ele durante aproximadamente 14 anos, antes de sua passagem. Eu ainda sinto sua fala. Ele não foi apenas um professor para mim e sim um mentor.

4- Em sua opinião, quão importante foi o trabalho do Professor Presas, com a criação do Modern Arnis e seu trabalho de disseminação das artes filipinas?
O grande mestre Presas viajou o mundo ensinando Modern Arnis. Alguns pessoas o chamavam de Rei dos Seminário. É incrível ver a quantidade de escolas que possuem uma foto sua na parede. Ele ajudou a popularizar o Modern Arnis nos Estados Unidos e em diversos outros lugares. Ele chamava o Modern Arnis de "a arte dentro de sua arte" e encorajava a todos a adicionar o FMA ao que já conheciam e praticavam. Professor Presas possuía um alto nível de perícia e carisma, além de um estilo de ensinar muito raro e especial.

5- Como você enxerga as relações internas e externas existentes hoje no Modern Arnis?
Muitos dos estudantes seniores continuaram a levar o Modern Arnis em seu próprio caminho. Professor Presas sempre nos encorajou a "criar nossa própria arte". Na minha opinião não existe um currículo oficial do Modern Arnis assim como não existe nenhum grupo que tenha autoridade para criar um. Muitos grupos e indivíduos têm mantido a arte do Modern Arnis viva. Modern Arnis tem evoluído e continuará a evoluir nos próximos anos. O importante é manter os elementos chave do Modern Arnis, que são o coração do treinamento tais como o desenvolvimento de fluidez através dos exercícios em pares. Sem esses elementos não teremos um bom Modern Arnis.
6- O professor Pressas também era um mestre em Karate. O que você acha da relação entre Arnis e Karate.
Você pode ver como o Professor Presas ensinava e adicionava elementos em sua arte. Nas formas (anyos) é possível encontrar elementos do karate. O Modern Arnis contém muitos elementos comuns a muitas artes marciais distintas, o que ajudou no seu sucesso. Nos acampamentos de treino e seminários era possível encontrar pessoas  vindas de diferentes estilos como tai chi, kenpo, jeet kune do, tae kwon do, karate entre tantos outros, o que fazia com que essas pessoas dessem sua própria interpretação do Modern Arnis, baseado em sua própria história marcial. O karate que eu aprendi era muito mais estruturado e rígido enquanto o arnis era muito mais fluído e baseado em conceitos.

7- Você é o fundador da Cromwell Martial Arts, onde você convive com instrutores de professores de diferentes estilos. Como a sua academia lida com a diversidade?
Eu tento manter a mente aberta sobre outros estilos e escolas e encorajo meus alunos a buscarem conhecimento em diferentes lugares. Eu já abriguei seminários do Professor Presas, do Grande Mestre Wally Jay e Joe Lewis. Isso permitiu aos meus alunos a aprender com artistas marciais de nível mundial em diferentes áreas. Nós adaptamos o estilo a pessoa e não a pessoa ao estilo. O que funciona para você, pode precisar ser adaptado antes de funcionar para mim.

8- Qual a sua opinião sobre o FMA hoje nos EUA?
Minha experiência é em Modern Arnis, que eu penso que ter ajudado a muitas pessoas a preencherem certos vazios em seus treinamentos, ajudando muitos estudantes a melhor entender seus próprios estilos e a se tornarem melhores artistas marciais em um âmbito geral. Pode não ser o estilo mais popular nos EUA, mas é muito forte e possui muitos praticantes de talento.

9 - Qual a sua opinião sobre FMA e defesa pessoal?
A maneira como eu aprendi FMA não foi estruturada e rígida, como são muitos sistemas de defesa pessoa. Entretanto eu penso que você possa usar os conceitos e técnicas aprendidos no FMA para sua própria defesa, de forma eficiente. Com o treinamento em FMA eu passei me mover de maneira melhor e e me tornei mais capacitado em trapping e chaves. FMA foi uma boa adição aos meus outros treinamentos.

10- Obrigado pela sua entrevista! Você poderia enviar uma mensagem aos nossos leitores?
Na minha visão, artes marciais servem para fazer nossas vidas melhores, fazendo com que nos tornemos pessoas melhores. É importante saber se defender, contudo é mais importante saibamos como fazer amigos - sendo melhores pessoas e ajudando aos demais. Eu acredito que as artes marcias são mais sobre desenvolver a si próprio do que lutar. Meus melhores votos a todos e boa sorte em suas jornadas!

Entrevista com o Datu Shishir Inocalla

1- Olá Datu Shishir! Obrigado por nos conceder essa entrevista! O senhor poderia nos falar um pouco sobre você?

Eu iniciei de maneira informal nas artes marciais aos 8 anos de idade, assistindo e recebendo lições dos meus irmãos mais velhos que eram artistas marciais - Casper, Melvin e Dada.
Meu treinamento oficial começou quando fui apresentado a Rolando Gonzales, um dos pioneiros no ensino de Karate e Judo nas Filipinas. Ainda jovem, vivendo em Camarines Norte, Labo, conheci José Tenório, um amigo de infância, com quem sempre me metia em confusões e brigas de rua. Nós éramos "irmãos de rua"! Alguns anos depois nós nos mudamos para Manila, onde continuei a seguir o caminho da guerra - treinando cada vez mais para lutar cada vez mais nas ruas.
Nessa época meu irmão Casper percebeu que eu precisava de alguma paz em meu coração e assim ele me apresentou a Yoga Ananda Marga. Passei assim a ter uma formação dupla, que unia paz da Yoga com Artes Marciais.
Com o tempo eu senti que minha sintonia com a Yoga aumentava cada vez mais, de maneira que acabei "adotado" pelo meu mestre espiritual. Ele me enviou para a Índia, onde após um longo processo, acabei por me tornar o primeiro filipino a ser aclamado Acarya (professor de yoga) em plenos anos 70.
Os treinamentos de Yoga que tive no mosteiro da Índia, não comportavam a violência, assim precisei encontrar outros meios e horários para retomar meus estudos marciais. Assim, não era incomum que eu precisasse acordar algumas vezes as 3 da manhã apenas para treinar enquanto os demais dormiam.
De qualquer maneira, foi meu treinamento em Yoga e em Artes Marciais que me deram a confiança e o equilíbrio que mantenho até hoje no meu dia a dia.

2- Você poderia nos falar um pouco sobre as artes marciais na sua vida?
Meu pai Vicente Inocalla foi pugilista e atirador, tendo lutados com as forças de guerrilha pela libertação em conjunto com o exército americano. Entre meus irmãos, Casper luta Karate (além de ser fisioculturista), Frank é praticante de JuJiutsu, Melvin de judo, Herbert aprendeu Karate e Arnis e Vivente Jr também treinou Karate (além de ter sido um belo lutador de rua). Alguns dos meus tios também foram guerrilheiros.

3- Em seu livro "orasyon meditation", você escreveu que aos 12 anos você conheceu um monge e se tornou seu discípulo. Como foi essa experiência?
Minha infância foi recheada de lutas e brigas. Quando fui apresentado ao Dada Sumitananda, ele me ensinou a meditar e a viver de maneira saudável. Isso me deu um propósito e me ensinou a entender meu verdadeiro “eu”. Sigo os princípios que ele me ensinou até os dias atuais, aperfeiçoando a mim mesmo, sempre a serviço da humanidade.

4- Como foi que você conheceu o GM Remy Presas? Como você começou a treinar com ele?
De volta as Filipinas eu tive a oportunidade de treinar com os mestres Gonzales e Pepito Robos, que eram estudantes de longa data do GM Remy Presas. EM 1982 viajei aos Estados Unidos para uma competição de artes marciais em Portland, Oregon, e lá tive a oportunidade de conhecer Remy em pessoa. Não demorou e eu me juntei ao seu corpo de alunos do Modern Arnis, onde estou de certa maneira estou até hoje, crescendo e me inovando em seu sistema.

5- Mestre Swiliski da IMAF disse certa vez que você foi o primeiro a receber o título de Datu pelo GM Presas. Qual a importância que você enxerga nesse título e quais as responsabilidade que ele trás para você?
Professor Presas me apontou como "Datu" em 1984, quando me tornei seu braço direito assim como vice-presidente para a IMAP e International Arnis Philippines. Nos anos 90 ele me pediu que o ajudasse na revitalização do Modern Arnis nas Filipinas, me transformando em presidente da sua organização.


6- No passado você se dedicou a escreve livros e a produzir vídeos de FMA. Para você, qual a importância desse material? Você tem planos para novos livros ou vídeos?
Desde os anos que eu venho me dedicando a promoção do Arnis e do FMA, principalmente na forma de livros e vídeos. Após a passagem do Prof. Presas em 2003 eu me mudei para Orlando, onde montei um centro de treinamento de Arnis, Golf e terapias holísticas, ao qual tenho tido de me dedicar. De qualquer maneira, eu pretendendo em breve voltar a produzir novos materiais sobre FMA, inclusive posso adiantar que já estou com o projeto de alguns novos títulos em andamento.

7- Quando e como o Arnis Maharlika nasceu? Você poderia nos dizer um pouco sobre o início da escola?
O Arnis Maharlika nasceu de uma inspiração direta do GM R Presas, que enxergava que o grande problema das artes marciais estava mais na briga pelo "ego" do que na luta em si. Além disso, ele sabia que a espiritualidade era uma parte importante do Arnis, e que no passado o trabalho espiritual teve um papel muito maior no FMA. Enquanto vivo ele já encorajava a ensinar a todos os seus alunos sobre meditação e espiritualidade. Depois, minha família e eu adotamos o nome Arnis Maharlika em honra da liberdade e ao amor pelos filipinos/maharlikans.

8- Faz algum tempo em que você esteve no Brasil. Qual a sua opinão sobre o FMA em nosso país?
O Brasil é país avançado tanto em artes marciais quanto em espiritualidade. Mestre Dada Inocalla vêem propagando o FMA Arnis no Brasil e eu vejo que os brasileiros estão abraçando essa modalidade. Eu sinto que um dia, o Arnis poderá vir a ser uma das artes marciais principais do Brasil.

9- Qual a sua opinião sobre FMA e Defesa Pessoal?
FMA é defesa pessoal, pois foi desenvolvida para a guerra, em um cenário de proteção contra uma invasão estrangeira. Assim é uma modalidade completamente voltada para a luta e para a defesa pessoal. No Arnis Maharlika nós ensinamos aos nossos estudantes a lutarem não apenas com o inimigo externo, mas também com o inimigo interno.