5 Dicas (+1) para Novatos em Artes Marciais com mais de 40 anos

por Renato Berlim Fonseca via teclogos



Encontrei um artigo do blog The Stick Chick que descreve bem os prazeres a agruras de praticar artes marciais na meia idade, com algumas dicas úteis. Não em termos técnicos, mas especialmente sobre como deve ser a atitude de quem está começando. E Jackie Bradbury, a autora, pode falar com propriedade do assunto já que começou a treinar aos 39 anos, é faixa preta de segundo grau e professora de Arnis Moderno no Texas. As 5 primeiras dicas são dela e a última é minha, as imagens são do artigo dela.

1. Saiba lidar com os desafios físicos
Geralmente cursos de artes marciais são planejadas considerando adolescentes ou adultos jovens (vinte e poucos anos), especialmente a parte de capacidade física.


Provavelmente você vai sentir que não pode, ou não deve, reduzir a carga. Como, por exemplo, fazer menos repetições por exercício. Afinal, ninguém quer parecer incapaz ou menos esforçados que os mais novos.


Porém, a verdade é: você já não é mais um jovem e se exigir como se ainda fosse um aumenta o risco de ferimentos desnecessariamente (como agravante veja a dica 2). E a atividade escolhida já tem suas chances de ferimento o suficiente para você não precisar forçar a barra.


Flexibilidade é um bom exemplo. Têm gente que nasceu flexível e consegue colocar a cabeça no teto sem problemas. Porém para a maioria dos mortais isso é algo que leva tempo para ser desenvolvido e é rapidamente perdido quando se o aluno parar. Portanto não se pode pegar o coleguinha de 20 anos que pratica desde os 6 anos de idade como termo de comparação justo.


2. Demora mais para se curar
Em qualquer atividade física existe o risco de lesões. Porém, quando você fica mais velho, aquelas pequenas coisas que antes seriam resolvidas com um pouco de gelo e uma noite de descanso passam a demandar um tempo bem maior para serem curadas. Assim, o hematoma ou dolorido que some após dois dias num adolescente pode durar mais de uma semana em um quarentão.


3. Aceite gente (bem) mais jovem te ensinando
Isso é algo que algumas pessoas podem considerar incomum ou mesmo incômodo: ter pessoas bem mais jovens em posição de autoridade. A solução: supere, aceite e acostume-se. Se a academia é boa o instrutor-com-idade-para-ser-seu-filho tem uns bons anos de experiência no assunto em questão e têm competência para te corrigir e instruir.

Eventualmente ele pode ser muito experiente tecnicamente mas nem tanto como instrutor. Didática é algo que melhora com a experiência. Nesse caso, seja um bom aluno, aceite seu instrutor (com a mesma deferência que teria por um instrutor mais velho) e trabalhe com ele para entender os exercícios e as posições corretamente. Isso vai ajudar ele a entender suas necessidades e melhorar sua didática, ensinar é uma via de mão dupla. Existe uma diferença clara entre o questionamento produtivo e não confiar na competência do instrutor. Portanto, não seja um velho mala e trabalhe de forma construtiva. A outra vantagem é que isso também diminui o risco de ferimentos causados por exercícios feitos de forma errada. Em determinadas posições uma diferença de alguns milímetros ou graus é o que separa um exercício saudável de algo que vai causar dano cedo ou tarde.


4. Você não está liberado da necessidade de praticar
Na verdade, muito pelo contrário. Acredito que gente mais velha precisa praticar ainda mais para acompanhar os mais novos. Como disse James Garr, um comentarista, é preciso aceitar seus diferenças. Além da vantagem física, gente mais nova costuma a aprender mais rápido. Assim, é preciso aceitar que alguém mais velho vai ter de se esforçar mais. Encare como uma maratona e não 100 metros rasos, os resultados podem demorar mais um pouco comparando com os alunos mais novos, mas eles virão e valem a pena.


O que é agravado pela falta de tempo da vida adulta. Filhos, trabalho e outros compromissos já deixam a vida cheia o suficiente. Ainda assim, é importante arranjar algum tempo, por menor que seja para praticar um pouco, mesmo que sejam apenas movimentos básicos. E, por mais tentador que seja, falte apenas quando necessário. Tudo bem que você não vai perder nada que não possa ser reposto em outro aula, mas é uma oportunidade de prática a menos numa agenda que já é naturalmente apertada. Lembre-se que correr uma maratona é mais uma questão de ritmo e constância do que de velocidade.


Nesse aspecto volto a um outro conselho da Jackie. Não deixe de treinar se você se machucar levemente, mesmo que seja para pegar leve. Afinal, se a cura total leva mais tempo, continuar treinando vai fazer com que não se perca o ritmo.


5. Não se preocupe com o que os outros vão pensar
Nesse aspecto a Jackie comenta sobre as próprias dúvidas. Como é ser a pessoa mais velha numa classe de gente bem mais nova. O que outras pessoas pensariam do seu hobby? Achariam esquisito uma adulta ganhando hematomas como diversão, a essa altura do campeonato?


Creio que essas dúvidas dela já ficaram para trás. Como ela mesmo diz jornada essa jornada é pessoal e cada um têm sua trajetória. Se você descobriu artes marciais só após os 40 é assim que vai ser. Mesmo que você seja uma minoria na academia, muita gente também começou tarde e não se arrependeu. Você pode ser incomum, mas não é estranho e não está sozinho. Convenhamos, o que importa a opinião dos outros? Vai te fazer bem, te deixar mais saudável e é divertido. Isso já é motivo o suficiente.


Pessoalmente, eu creio que tive sorte nesse ponto. Não sou o cara mais velho da minha turma, mas estou longe de ser o mais novo. Meu Guro na Magka-Isa tem mais de 65 anos e trata todo mundo igual, independente da idade. Eu já treinei, lutei, ganhei, perdi, aprendi e ensinei várias pessoas por lá, seja de gente nova demais para tirar carteira ou de gente bem mais velha. Por exemplo, aprendi muito com uma simpática senhora de 61 anos, dona de uma segurança inspiradora. Tanto no que estava disposta a fazer quanto no que não estava. De vez em quando treino com um senhor de uns 69 anos e se eu estiver com 80% da disposição e força dele quando chegar a essa idade já vou estar para lá de satisfeito.


+1. Os incomodados que se retirem
Essa é minha dica e considero até uma vantagem em não ser mais tão jovem: a de não sentir necessidade de me testar ou provar algo para alguém. Se você se sentir incomodado com algo ou que a experiência de treinar não está sendo boa, a melhor solução pode ser procurar outro lugar. Sinta-se livre para usar essa opção.


A melhor arte marcial é aquela que funciona para você. Até distância da academia e horário de aula são fatores a serem considerados. Ainda mais com o tempo apertado da vida adulta.


A solução é muito pessoal e vai envolver, entre outras, variáveis como: o professor, a turma e o estilo que se adequar melhor às suas necessidades e limitações. Bruce Lee em seu Tao do Jeet Kune Do dizia que é o estilo que deve ser adaptado ao corpo e não o contrário. O que é especialmente interessante quando nossa capacidade física está começando a diminuir como efeito da idade. E em termos de lidar com limitações, certas artes, como o Arnis Kali, podem apresentar casos inspiradores.


Portanto, se a primeira opção não for a melhor não há nenhum problema em se tentar de novo. Inclusive, é comum que as pessoas pratiquem várias artes diferentes ao longo da vida.

Entrevista com GM Melchor William Amosco



1- Olá! Obrigado por nos conceder esta entrevista. Poderia nos contar um pouco sobre o seu início com artes marciais?
Eu comecei a aprender artes marciais aos 13 anos de idade com meu pai, um Karateka que foi meu primeiro professor no mundo das artes marciais. Ele me ensinou alguns princípios das artes marciais, incluindo o uso de armas com lâminas (Sansibar uma espada nativa). Até que eu me matriculei em uma escola formal de artes marciais. MGO – SDC, que ensinava Tang soodo (Karate coreano), Arnis (sistema de Doce Pares) e Judo. Esta escola incorporava todos os elementos do sistema 3 sob Master Deomedes Paninsoro. Isso é foi enquanto eu cursava o ensino médio. Depois de alguns anos eu me mudei Manila para prosseguir a minha faculdade e continuar meu Estudo de Artes Marciais.

Foi assim que me tornei aluno do Sensei Ramil Ong Aquino do Grupo de Arjukaa (Shorin ryu karatedo, Arnis e Judo). Até eu conhecer e promovido a Lakan Dalawa por Punong Lakan Nicolas meu professor em Modern Arnis Mano Mano FMA, estudante do falecido Grande Mestre Enesto Presas Sr. o mais novo Irmão do Grande Mestre Remy Presas. Eu também estudei com o grupo de Filipino Martial Arts Combat sob o Mestre Noel Hael e me tornei Instrutor Autorizado do seu sistema como faixa preta de 2º grau. Eu também estudei com Punong Maestro Ernesto T. Talag faixa preta 6º dan em Aikido e fundador da BUDIWAN Kali Filipino Fighting system (Filipino boxe, Dumog e Bladed Arts) e praticante de longa data de Kali Ilustrisimo, sistema de lâminas sob GM Tatang Ilustrisimo e o falecido Grande Mestre Tony Diego. Ele me deu o título de mestre.. Budiwan significa: Bukluran, Diwa em Katawan ou Unificação de Mente e Corpo.

Eu também tive a oportunidade de aprender com mestre Jaime Quizana o seu próprio sistema de Palasan Eagle Kali Ilustrisimo sistema semelhante ao do mestre Talag, onde fui promovido ao rank de sênior. Mestre Vicente Sanchez fundador do Kali Arnis Int'l Fed me promoveu a LakanSampu com a idade de 37 anos. Esse é o meu começo nas artes marciais e da minha linhagem.

2- Sobre a FMA, como você conheceu esta modalidade? Como você começou e o que Despertou seu interesse?
Eu fiquei espantado e interessado com artes marciais filipinas por causa de praticidade e facilidade de aprender e mostrar nossa história e cultura enquanto Filipinos.



3- Sobre a sua escola FMA, você pode nos contar um pouco?
  • Ar: Arnis (Arte do bastão, lâminas e armas improvisadas)
  • Ma: Mano Mano (Arnis Artes de combate com mão vazia).
  • Do: Dumog (Artes de imobilização e controle).
  • F: Filipino
  • M: Marcial
  • A: Arts
  • De: Defensivo
  • Tac: Táticas
A fusão de três (3) sistemas filipino diferente das artes marciais. Em um primeiro momento ensino o combate com armas, depois com mãos vazias e por fim as imobilizações. Dessa maneira o ensino se torna mais prático e fácil, com o estudando técnicas dinâmicas, táticas e efetivas para defesa pessoal.


4- Sobre a estrutura do Armado FMA e o seu programa unificado, você poderia nos explicar sobre?
Um programa é usado para cada instrução dentro do curso de treinamento. Isso inclui instruções com objetivos específicos, tais como exercícios de movimentação, Footworks, queda, batidas, bloqueios, técnicas de contra ataque e material de suporte daquela instrução. Uma Syllabus é um conjunto de programa de treinamento completo seguido por todos os instrutores e alunos. Todos os membros da Armado FMA Deftac Int'l cumprem o mesmo programa para que cada um possa se desenvolver e ensinar o próximo de maneira unificada, assim evitando conflitos entre os Membros e durante o período de teste de avaliação em nível local e internacional. A ideia do programa é ensinar o aluno como construir uma sólida Fundação Básica, para que ele possa crescer em sua própria progressão através do sistema de faixas.



5- Qual é a sua opinião sobre as FMA aqui nas Filipinas hoje?
As Artes Marciais Filipinas são hoje bem populares em nosso país e todos os Grandes Mestres, Mestres, Guro e Praticante mantém um bom relacionamento, se respeitando mutuamente. Faz parte do esporte nacional e passou a fazer parte do Departamento de Educação para ser ensinado nas escolas. É agora suportado pelo Governo filipino.

6- Qual é a sua visão da FMA hoje no mundo atual?
FMA está se tornando uma prática mundial, ganhando mais cada vez mais popularidade porque muitos países praticam esta arte dinâmica de auto-defesa. Além disso a indústria cinematográfica tem utilizado ela bastante, devido aos guros que viajam ao mundo de promover e propagar sua prática

7- Sobre o futuro, o que você acha da RA 9850 ou da Lei Filipina Arnis?
R.A 9850 ou Lei Arnis serve obter mais apoio para todas as escolas de FMA, de modo a formar uma prática sólida e consistente que possa ser utilizada pelo Comitê Olímpico Filipino, gerando uma arte de bom padrão e alta qualidade.

8- Qual a sua opinião sobre a relação entre as FMA e pessoal defesa?
O FMA é a melhor maneira de aprender uma técnica que se adequa ao nosso padrão para proteção pessoal. O único conselho para todos na minha opinião é praticarcom uma mente aberta que esteja em conformidade com o senso comum do indivíduo, para que ele possa vir a regir de maneira correta em uma situação real.



9- Muito obrigado pelas suas respostas! Gostaria de deixar uma mensagem para o nossos leitores?
Muito obrigado pela grande oportunidade de ser entrevistado por você. Tudo o que posso dizer é todos devem buscar praticar a arte de maneira correta, seguindo o seu programa de treinamento, mantendo uma atitude correta e princípios elevados. "Não é sobre as técnicas, mas são os princípios por trás das técnicas". Pugay po e Mabuhay!


Entrevista com o GM Allan Fami


1- Olá! Obrigado por nos conceder esta entrevista. Você pode nos contar um pouco sobre seu começo com artes marciais?
Tudo começou quando eu era jovem, com cerca de 6 anos assistindo filmes de Bruce Lee. Eu estava ficava tentado a querer aprender Artes Marciais e sonhava em aprender Artes Marciais quando eu crescesse. Esse sonho não se materializou até chegar ao Colégio em 1993.

2- Sobre a FMA, como você conheceu esta modalidade? Como você começou e o que despertou seu interesse?
Meu interesse com as artes marciais filipinas começou quando eu era um calouro na faculdade, e me foi introduzido por meu professor, o Grão-mestre Ernesto Presas Sr., um dos mestres mais ilustres e famosos do FMA. Fiquei fascinado com a arte por causa de sua completude. Seja de mãos vazias, com armas ou luta no chão, você pode aprender tudo que é necessário para se defender.

3- Sobre a sua escola FMA, você pode nos contar um pouco? Que estilo e como funciona.
O Sistema Kalahi FMA é um sistema Arnis moderno modificado. É um Sistema de Combate que pode ser aplicado em uma situação real. Nenhum movimento extravagante, nenhum efeito excêntrico... apenas movimentos, diretos, rápidos e eficazes. O sistema foi criado para ser usado na luta real da rua. Treinamos com dos bastões para as armas e das mãos vazias para o combate de solo.



4- Sobre o Kalahi Custom Blades, você pode nos contar um pouco sobre isso?
Kalahi Custom Blades e Kalahi FMA Gear atendem às necessidades da comunidade de artes marciais filipinas. Kalahi Custom Blades fabrica e vende autênticas lâminas tradicionais filipinas, enquanto Kalahi FMA Gear fabrica e vende bastões de Arnis, armas de treinamento e outras coisas para treinamento FMA.

5- Qual é a sua opinião sobre as FMA aqui nas Filipinas hoje?
FMA nas Filipinas está começando a ser tornar organizado, unidos e com um futuro mais brilhante com a liderança do senador Miguel Zubiri, autor da Lei Arnis. Nós imaginamos que todos nós estaremos unidos logo, e que todos estaremos contribuindo para o sucesso de Arnis no campo dos esportes e das artes marciais.

6- Qual é a sua visão da FMA hoje no mundo
Eu vejo o Arnis crescendo e sendo reconhecido mundialmente, finalmente, tanto como artes marciais e quanto como esporte.



7- Sobre o futuro, o que você acha da RA 9850 ou da Lei Filipina do Arnis?
O RA 9850 fornece todo embasamento jurídico que faltava ao Arnis para serem reconhecidas como Artes Marciais e Esportes. Ele reconhece Arnis como nosso esporte indígena e apoia plenamente o seu reconhecimento nas Filipinas.

8- Qual a sua opinião sobre a relação entre as FMA ea defesa pessoal?
As artes marciais filipinas (FMA) apenas como toda e qualquer outra arte marcial oriental são aprendidas para que o praticante possa tirar vantagem da situação onde ele se encontre. FMA é prático porque pode ser usado em situações de mãos vazias, e também tem comprovada eficiência no combate com facas e outros cenários de armas afiadas. Além disso, gostaria de salientar que FMA Dumog (luta de chão) também é eficaz nos esportes em octógono. Em nosso sistema, temos um Programa para nossos alunos que pretendem se juntar ao mundo do MMA.

9- Muito obrigado pelas suas respostas! Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores
Agradecemos a oportunidade de apresentar nossa Arte e, particularmente, meu Sistema FMA. Kalahi FMA System está aberto a todos os que compartilham a mesma paixão conosco: promover uma arte útil, eficaz e prática.