O Sama-Sama de 2015 – parte 1
Creio que o nome acima vem do idioma filipino tagalog e significa “Encontro”. Nesse caso o termo descreve um evento de Artes Marciais Filipinas (FMA) ocorrido no final de 2015. Esta descrição não será cronológica mas apenas um apanhado de alguns aspectos que pude observar.
O evento foi um encontro de praticantes e Guros (mestres) organizado pelo Grão-mestre Dada Inocalla, com praticantes vindos de vários estados do país. Ele também foi um campo de treinamento, onde pude fazer workshops e conhecer outras técnicas ou estilos que me mostraram que as FMA são ainda mais ricas do que eu imaginava.
Se trocarmos o termos “arte marcial” por “literatura”posso dizer que eu estava participando de um sarau onde poderia conhecer diferentes modalidades, da crônica tradicional, passando pela prosa e chegando à poesia e ao soneto. A diferença é que a prosa usava chaves para travar as articulações como ombro, cotovelo e pulso, a poesia envolvia o uso de facas e os sonetos tinham versos que atingiam 12 diferentes pontos da anatomia do oponente. Pode soar engraçado, mas se considerarmos que existem diversos tipos de inteligência, dentre elas a motora que envolve o controle sobre o corpo, noções de espaço, distância e profundidade, creio que é justo dizer que eu estava assistindo à uma demonstração do estado da arte em termos de FMA no Brasil.
Um dos primeiros pontos que me chamou a atenção foi a diversidade. Como o sistema Inocalla é algo estruturado, com um currículo básico. Mas ao conhecer os outros participantes fui observando a diversidade de experiências. Haviam mestres que começaram em Jiu-jitsu, praticantes de Wing Chun, mestres de Hapkido, policiais, militares e outros.
Como já comentei antes o uso de armas é um dos diferenciais das FMA, com um especial interesse por armas improvisadas. Assim, começamos exercitando o uso de objetos pequenos objetos perfurantes, como canetas. Também fizemos um treinamento de sarong, o uso de tecido, como lenços e cachecóis, como armas para fazer chave articulares e imobilizar um oponente. Achei o uso desses materiais é particularmente difícil mas abre um mundo de possibilidades, qualquer pedaço de tecido de um tamanho razoável já serve. Nesse ponto tive o prazer de treinar com o guro Cravo do Rio Grande do Sul. Como também é um experiente praticante de jiu-jitsu ele estava muito “confortável” lidando com as chaves e mais ainda para ensinar o seu uso. O guro Cravo é uma daquelas pessoas que quebra alguns estereótipos de artes marciais. Um sujeito sereno, humilde e um também um professor centrado, profissional e meticuloso. Em alguns momentos ele chega a ser quase paternal, sem ser paternalista e nem um milímetro menos casca-grossa que os outros. De qualquer forma, simplesmente não vi como não gostar dele, e olha que em boa parte desse tempo ele havia feito voltas de tecido em torno do meu pescoço e pulso que não eram nada confortáveis. Mas, como o Cravo me explicou: criar um desconforto controlado é uma forma eficiente de tornar um oponente mais submisso e reduzir a necessidade de se realmente machucar a outra pessoa. É um exemplo de um pacifismo diferente do senso comum, mais pragmático mas ainda assim autêntico.
Claro que para o treino de sarong funcionar houve antes um treino prévio sobre as tais chaves articulares ou Ipit Pilipit, com o guro Alessandro Lucas. Nesse ponto, vimos o resultado do complexo trabalho do guro em conectar sua experiência na arte coreana do hapkido, as técnicas do Arnis e sua experiência. Essa aula mostrou bem o significado da frase “grandes poderes levam a grandes responsabilidades” algo enfatizado pelo guro ao demonstrar as possibilidades que as chaves oferecem: indo desde a simples imobilização até a morte de um adversário, sem fazer muita força. Nesse ponto ele detalhou até a anatomia humana para mostrar porque é preciso usar essas habilidades de forma responsável. Bastam cinco quilos (o peso de um saco de arroz) sobre a cervical para quebrar um pescoço, um empurrão mantendo o pé no lugar certo danifica os tendões do tornozelo e joelho, permitindo que você fuja sem ser perseguido, e um pinçamento de nervo na mão pode levar a uma dor paralisante.
fonte: Arnis Kali Maharlika RS
Dentre outras coisas ele me ensinou algo que eu nunca havia pensado: que nesse trabalho a dor é um elemento didático necessário para que o praticante saiba se o trabalho está ou não funcionando. Como ele diz, sem não um pouco de dor não há como saber se uma técnica foi adequadamente empregada. A dor é um componente de avaliação. E isso é muito diferente de machucar ou fazer alguém sofrer por simples sadismo ou se mostrar poderoso. Novamente, vemos a questão da responsabilidade.
Para se trabalhar inteligência motora como estávamos fazendo o corpo do colega e o seu próprio são as ferramentas. Algo demonstrado pela imensa noção de consciência corporal do guro Lucas quando ele explicou que pelo posicionamento do tronco, braço ou pernas do adversário é possível perceber o que ele vai fazer ou qual o melhor golpe a ser aplicado. Esse foi outro momento pude ver a criação, o aspecto mais artístico do Arnis, quando ele demonstrou o uso dos bastões em curta distância como pontos de alavanca para reforçar as chaves e comparou com o hapkido.
Outro elemento didático digno de nota é o sparring, nesse caso a pessoa que vai fazer o papel de alvo. Afinal, seria simplesmente impossível entender esses movimentos sem que eles sejam aplicados em alguém. Uma tarefa que coube ao guro Vanderlei, que com tranquilidade e estoicismo foi torcido, estrangulado e derrubado para nos ensinar. Ser “alvo” não é apenas algo para calejar, mas necessário para entender como se processam os movimentos e o que você está infligindo à outra pessoa. Devemos ser muito agradecidos à pessoas como o guro Vanderlei por fazer esse papel, é um dolorido exercício de aprendizagem e humildade que alguém está fazendo para ajudar você a aprender (Ed e Miguel, isso vale para vocês também). Sim, ser “alvo” também é uma forma de aprender, como o guro Vanderlei me mostrou depois ao aplicar chaves em mim.
Inclusive foi onde eu vi claramente os limites atuais da minha consciência corporal, eu sou simplesmente um um desastre com as chaves, como já havia observado nos exercícios de desarme Gal. Mas com a ajuda, e paciência, do guro Tales eu consegui avançar. Ele também mostrou um pouco arte do combate próximo. Algo que sempre achei complicado, ainda mais com bastões. Uma outra experiência muito interessante que vou deixar para o próximo post.
Entrevista com o SGM Danny Guba
1 - Olá Sgm Guba! Obrigado por esta entrevista! Você poderia nos contar um pouco sobre você?
Olá, obrigado. Comecei a treinar em 1964 na sede do Doce Pares em Cebu, Filipinas, onde fui instruído pelos grandes mestres da época - o falecido Gm 'Momoy' Cañete, Gm Magdalino Nolasco, o falecido Gm Inting Carin e Gm 'Loloy', Sgm Cacoy Cañete e Sgm 'Diony' Cañete. As Filipinas foram e ainda podem ser um lugar perigoso se você não for rico e eu era muito pobre. Armas são comuns e eu tenho as marcas de facas e balas ainda sobre o meu corpo hoje. Eu também participei de torneios contato pleno (full contact) e fui campeão do mundo em diversos eventos por alguns anos anos, até que me aposentei e se tornei treinador na sede do Doce Pares.
A partir daí eu passei a viajar e a realizar seminários na Nova Zelândia, Estados Unidos e em toda a Europa, até 1996, quando saí das Filipinas e me mudou para a Inglaterra, onde agora eu vivo em Londres. Eu promovi o estilo dos Doce Pares até 2010, quando eu comecei a promover o meu próprio estilo de Doce Pares chamado Guba Doce Pares. Este estilo é agora ensinado em mais de 27 países ao redor do mundo.
2 - Você foi sparring de Sgm Cacoy. Como foi essa experiência?
O ensino de Cacoy é muito diferente, eu me lembro que ele siplesmente jogou seu bastão no chão e ao buscá-lo eu passeia trabalhar com ele. Eu nunca esquecerei a primeira técnica que ele me bateu no peito e arrastou a punho do seu bastão no meu esterno, o que foi muito doloroso. A Segunda técnica ele segurou o meu polegar e me desarmou de uma maneira dolorosa. A próxima técnica que ele me aplicou foi me levar ao chão com um golpe de eskrido também bem doloroso. Eu nunca vou esquecer isso.
Depois disso nós treinamos em em Manila, em 1992, ele me desarmou quatro ou cinco vezes, e tudo que eu fiz foi pegar o meu bastão apenas para ele me desarmar novamente.
Enquanto nós treinávamos, eu acidentalmente acertei ele. Então ele veio até mim e tentou me parar, então ele me acertou e tentou atacar com o punho o meu rosto. Então, ele me jogou e eu apenas fiquei ali. Era com isso que uma disputa com Cacoy se parecia. Cacoy é o número um na curta distância e a única maneira de aprender isso era disputando com ele.
3 - Atualmente você mora no Reino Unido, onde administra o Guba Doce Pares International. Você pode falar sobre a sua organização?
Para ser franco e honesto Guba Doce Pares é o meu estilo, a técnica é o sistema multi estilo Doce Pares do Grandmasters Magdalino, Diony, Inting, Momoy, Loly e Cacoy, a partir deles que eu aprendi e me aprimorei, assim sem esses professores eu não sou nada. A organização foi criada para promover o estilo de Guba Doce Pares e apoiar todos os instrutores e alunos, não importa onde eles estejam no mundo. Somos uma grande família em mais de 27 países e em expansão. Como todas as famílias nós trabalhamos, disputamos e lutamos até o final de cada dia, onde vemos que somos um.
4 - Qual é a sua opinião sobre o cenário atual da FMA?
Quando eu estava nas Filipinas, o FMA não era praticado por que muitas pessoas, pois era a arte dps pobres e lutadores. Quando eu saí e me mudei para a Inglaterra eu encontrei pessoas de diversas partes do mundo e fiquei surpreso em ver quantas pessoas treinavam a arte de minha terra natal. Eu não esperava uma coisa dessas. Ao longo dos anos eu assisti essa arte se tornar ainda mais popular e vi Hollywood colocá-lo no cinema, o que é verdadeiramente chocante! Então, para mim é uma grande alegria quando alguém aprende a minha arte. É importante para mim que o mundo veja as Filipinas como produtora de muitas coisas, incluindo a nossa arte marcial.
5 - Quais são os planos futuros para o Guba Doce Pares no Brasil e no mundo?
Guba Doce Pares vai continuar a crescer e se expandir por todo o Brasil e espero que com o tempo eles comecem a produzir os seus próprios torneios. Guba Doce Pares está em expansão em todo o mundo e eu gostaria de ver os torneios internacionais e talvez até mesmo um seminário internacional para trazermos todos os países juntos.
6 - Qual é a sua opinião sobre a FMA e defesa pessoal?
Eskrima (Kali - Arnis) é para a luta. Ele nunca foi uma arte de campo de batalha ou um sistema educacional para crianças. Eskrima vem da rua. Desenvolveu-se principalmente nas ruas ao redor de Cebu e depois em todo o restante das Filipinas. Ela tem o propósito de ajudar a você ganhar uma luta o mais rápido possível e com o mínimo de danos possível. Por isso, é um pouco como perguntar se esta caneta é boa para a escrita, e a resposta é claro, que é pois ela foi projetada para isso. Ao mesmo tempo, embora também seja importante encontrar uma arte que combina com você. Essa é a beleza da arte marcial, o que é bom para mim pode não ser bom para você e vice-versa.
7 - Obrigado pela sua entrevista, você pode enviar uma mensagem para nossos leitores?
Se você é um artista marcial, tenha a mente aberta e respeitosa. Não há nenhuma nova técnica, pois todas já estão lá. Lembre-se "Meu ego é meu inimigo e meu adversário é meu professor".
P.S.: O Arte Filipina agradece ao guro Leonardo Pereira pela oportunidade dessa entrevista. Obrigado!
Entrevista com o Tuhon Rommel Tortal
Olá Tuhon Rommel Tortal, muito obrigado pela oportunidade! Bem, você pode começar nos contando um pouco sobre você e seu envolvimento com artes marciais?
Bem, eu comecei a treinar Pekiti Tirsia quando eu tinha nova anos de idade, com o meu tio, o Grand Tuhon Leo Gaje. Desde cedo eu recebi um treinamento intenso, um treinamento muito duro. Os anos se passavam e conforme eu me desenvolvia tecnicamente eu acabava por desenvolver também a minha coragem e humildade através desse mesmo treinamento.
O Pekiti Tirsia me ajudou a que eu desenvolvesse a perspectiva que hoje eu tenho sobre a vida.
Até hoje eu continuo treinando com o Grand Tuhon nas Filipinas. Eu o visito regularmente para que eu possa continuar a desenvolver minhas habilidades. Além disso, todo o ano eu viajo diversas vezes ao redor do mundo para propagar Pekiti Tirsia, ensinando civis, militares, forças de segurança, operações especiais e diferentes agenciais. Assim eu acabo por ter a oportunidade de ver diferentes perspectivas de treinamento com armas e facas. Assim eu faço a ponta buscando mostrar para todas essas pessoas que eu entro em contato a parte tática do Pekiti Tirsia.
Hoje eu posso dizer que minhas principais ocupações são: ensinar Pekiti Tirsia para forças militares e atuar como consultor para assuntos técnicos e táticos em diferentes empresas de segurança pelo mundo.
Isso me deixa muito feliz, pois assim eu posso mostrar minha arte e ensinar para cada vez mais e mais pessoas.
Você pode nos explicar um pouco sobre o Tri-V?
O Tri V é o processo de ensino mais avançado que temos dentro da metodologia do Pekiti Tirsia, que tem como foco a operacionalizar de maneira funcional o conhecimento obtido pelo nosso aluno. Veja, o Pekiti Tirsia é um sistema principal, que é composto de diferentes sub sistemas como Doce Methodos, Seguidas, Contradas, Contra Tirsia Dubla Doz, Dagaso Tirsia, entre outros. É preciso que o praticante consiga ligar uma coisa a outra, para que haja coereência entre aquilo que é feito com a faca para o que é feito com dois bastões, por exemplo. Assim o Tri-V é a ponte que vai contruir e ligar com coerência todo esse conhecimento de maneira funcional, aplicável e coerente em uma única filosofia.
Você pode explicar aos nossos leitores, como o Pekiti Tirsia hoje está organizado em nível internacional?
Hoje a organização principal do Pekiti Tirsia se chama Pekiti Tirsia Kali Global Grand Alliance . Uma organização guarda-chuva que abriga em si diferentes associações para fins especíicos. Por exemplo, o Pekiti Tirsia Tactical Assocation, que é uma associação que busca juntar praticantes de pekiti tirsia que de uma maneira ou outra estejam mais ligados a assuntos militares ou ligados à área de segurança. Além disso temos outros grupos o Pekiti Tirsia Texas Association, Pekiti Tirsia França, Asia Pacific Association entre outras. Todas essas são sub organizações dentro do Global Grand Alliance, que é liderado por mim e composto por outros instrutores seniores do Pekiti Tirsia.
Essa é a sua primeira visita ao Rio de Janeiro, correto? Pode nos dizer o que está achando da cidade?
O Rio de Janeiro é um ótimo lugar! As pessoas são amigáveis e eu gostei muito da natureza, do contraste entre a praia e as montanhas e com uma cidade no meio! Você pode em um momento estar na praia e logo em seguida estar fazendo compras, e eu gostei dessa variedade! Ah sim, e a comida aqui também é ótima!
E quais são os planos para o futuro do Pekiti Tirsia?
O plano principal do Pekiti Tirsia é propagar, divulgar a arte marcial filipina e assim promover o nosso sistema, compartilhando com todos aqueles que gostam desse tipo de treino que defendemos. Além disso nós estamos focados em reforçar o nosso sistema aqui no Brasil e esperamos um dia termos um instrutor de pekiti tirsia em cada cidade - mas isso com qualidade e respeito. Assim para chegarmos nesse objetivo precisamos de pessoas dedicadas, com bom nível técnico e que realmente estejam engajadas com a filosofia da nossa escola.
E qual a sua opinião sobre o trabalho que está sendo realizado no Rio de Janeiro e no litoral paulista pelo Pekiti Tirsia South America/PTTA Brasil e Agalon Mickaël Dolou?
O trabalho do Pekiti Tirsia South America/PTTA Brasil é excelente e eu vejo que Agalon Mickaël Dolou é um grande homem, com um verdadeiro espirito de liderança, grande qualidade técnica, e muita didática! A maneira como ele trabalha com esses rapazes é Intensa e pude ver no seminário que o espirito do Pekiti Tirsia está aqui! Isso é uma das coisas mais importante que eu observo nos locais onde visito, pois se eu vejo que os alunos são bons é por que o professor é bom. Sem sobre de dúvidas o Agalon Mickaël Dolou é um dos Ases do Pekiti Tirsia!
Muito obrigado pela entrevista Tuhon! Você pode deixar algumas palavras para os nossos leitores?
Obrigado a você por essa oportunidade. Eu gosto que as pessoas tenham a oportunidade de ler sobre os princípios e metas do Pekiti Tirsia. Nosso objetivo é promover a arte. Assim deixo aberto o convite para todos que busquem se dedicar e treinar duro para se juntar a nós. Nós ficamos felizes em abraçar todos aqueles que queiram treinar o nosso sistema com seriedade, dedicação e foco, para verdadeiramente mergulhar na arte. Nós somos uma arte marcial que busca criar amigos e que trabalha para evitar politicagens e competições. Gostamos de ter parceiros em diferentes artes, pois assim podemos compartilhar mais e mais a arte marcial filipina e demonstrar a eficienca do nosso Pekiti-Tirsia.
Nota: Mickaël Dolou é o diretor e instrutor chefe da organização Pekiti Tirsia Kali South America e do PTTA Brasil, sob a liderança do Tuhon Rommel Tortal e Tuhon Jared Wihongi. Há dois anos ele foi promovido e recebeu o título de Agalon diretamente do GrandTuhon Leo.T Gaje Jr, como seu aluno direto.
Durante visita Tuhon Rommel Tortal em 2014, foi confiado ao Agalon Mickaël do título Hiligaynon (Ilonggo) de "Kaliradman" para caracterizar sua prática "intensa e dura, genuína e com intenção e sem reservas". Agalon Mickaël mais tarde esclareceu-nos que era um forte incentivo do Mestre sênior de manter e desenvolvimento do espírito de sua prática e dos ensinamentos de Pekiti-Tirsia enquanto se desenvolviam atributos chave associados à boa conduta moral, bom coração e liderança. Ele também explicou que o objetivo é manter refletindo melhor sobre os ensinamentos recebidos, que são de valor indiscritível, tal como expresso pelo Tuhon Rommel Tortal, para participar ativamente da delicada missão de preservar e proteger Pekiti-Tirsia em sua forma mais pura indígena.